Hoje é dia de artigo!
Em maio de 2021, foi publicado no periódico Paediatrics & Child Health um artigo interessante intitulado "Re-imagining the physicians’ role in the assessment of feeding challenges in children with autism spectrum disorder".
Esse artigo discute sobre o papel de diferentes personagens (médicos, nutricionistas, fonoaudiólogos, psicólogos) na prática clínica com crianças com TEA e dificuldades alimentares.
Eles abordam a metodologia MOBS - Medical/Nutrition, Oral-Motor, Behaviour, Sensory and Environmental.
As dificuldades alimentares são consideradas hoje uma das principais demandas a serem trabalhadas. Estudos apontam que mais de 70% das crianças com TEA tenham alguma dificuldade alimentar como, por exemplo, permanecer sentado à mesa, comer sempre o mesmo alimento ou não ingerir determinados grupos de alimentos de acordo com a sua recomendação para a idade.
A equipe multidisciplinar é fundamental nesse trabalho. Apenas seguir os Guias Alimentares não são recomendações suficientes para essas famílias, pois cada paciente com TEA apresenta características diferentes e tem necessidades diferentes quanto à sua demanda nutricional.
Recentemente o DSM-5 incluiu o TARE (Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo), em inglês ARFID (Avoidant Restrictive Food Intake Disorder), que antes era chamado de “Desordem de Seletividade Alimentar”, em suas definições. Em alguns casos, o TARE pode ser uma comorbidade presente nos pacientes com TEA e, quando isso acontece, o planejamento para a intervenção precisa ser estruturado considerando os dois aspectos.
A metodologia MOBS tem como premissa a relação de pais e filhos no tratamento das dificuldades alimentares, levando em consideração os seguintes pontos principais: identificação de dificuldades motores orais e do comportamento no momento das refeições; e avaliação da experiência sensorial da criança e do estilo de familiar referente a alimentação.
Esse artigo é mais uma comprovação de que desde o momento da avaliação até as intervenções o acompanhamento dos pacientes precisa ser realizado de maneira individualizada. Assim, conseguiremos avançar, ter um bom trabalho em equipe e atingir os objetivos traçados.
--
Today is article day!
In May 2021, the journal Paediatrics & Child Health published an interesting article entitled 'Re-imagining the physicians' role in the assessment of feeding challenges in children with autism spectrum disorder'.
This article discusses the role of different characters (doctors, nutritionists, speech therapists, psychologists) in clinical practice with children with ASD and feeding difficulties.
They address the MOBS methodology - Medical/Nutrition, Oral-Motor, Behaviour, Sensory and Environmental.
Feeding difficulties are considered today one of the main demands to be worked on. Studies indicate that more than 70% of children with ASD have some eating difficulty, such as staying seated at the table, always eating the same food, or not eating certain food groups according to their age recommendation.
A multidisciplinary team is fundamental in this work. Just following the Food Guides are not enough recommendations for these families, since each patient with ASD presents different characteristics and has different needs in terms of their nutritional demand.
Recently the DSM-5 included ARFID (Avoidant Restrictive Food Intake Disorder) in its definitions, which was previously called 'selective eating disorder'. In some cases, ARFID can be a comorbidity present in patients with ASD, and when this happens, intervention planning needs to be structured considering both aspects.
The MOBS methodology is based on the parent-child relationship in the treatment of feeding difficulties, taking into consideration the following main points: identification of oral motor difficulties and mealtime behavior; and assessment of the child's sensory experience and the family's style of eating.
This article is further evidence that from the moment of evaluation until the interventions, patients need to be observerd in an individualized manner. This way, we will be able to move forward, have good teamwork, and achieve the goals set.
--
Ref.: Smile, S., Raffaele, C., & Perlin, R. (2020). Re-imagining the physicians' role in the assessment of feeding challenges in children with autism spectrum disorder. Paediatrics & child health, 26(2), e73–e77. https://doi.org/10.1093/pch/pxaa008
Comments